mercredi 27 juin 2007

Dans le noir

Imagina andar sem ver, comer sem ver e sem saber o que é. Bom, c'est à toi de descobrir, pelos gostos, claro, mas também pela textura, pelo cheiro, até pelo tato pois no escuro voce toca a comida se voce quiser e mesmo se voce nao quiser. No começo da ansiedade. Estava ventando para ca...ramba (novidade, Paris!) num dia de chuva desse verao que nao quer chegar, fui esperar as meninas ja no "restorante". As pessoas chegam, escolhem: menu surpresa ou nao. Se sim, escolhem so que nao querem, o resto tudo pode ser.

A garçonete, que é cega, vem buscar o grupo para conduzir cada um ao seu lugar, afinal TUDO estara escuro a partir da proxima sala, depois da cortina. Eh proibido acender a luz mesmo do celular la dentro, e todos podem deixar suas coisas em escaninhos. Se algo cair no chao, por exemplo, voce vai ter que esperar até as 2h da manha, quando acaba o serviço, para pegar de volta. Eu via as pessoas saindo de la com a cara mais perdida do mundo, e rindo.

As meninas chegaram, nossa vez, Sara nos conduziu ate uma mesa num canto, onde ao nosso lado o chileno e a francesa falavam alto. No escuro, parece mais alto ainda. No começo da medo de cair, andando. Quando se senta, melhora um pouco. Sara descreve o que tem na mesa enquanto tocamos. Traz o vinho a agua, e nos explica como servi-los (voce coloca o dedo para saber se o copo esta cheio...). Nao derrubamos nada! rsrs

Tranquilo, logo vem a comida. Tranquilo, acho que em 5 minutos eu ja estava acostumada. A gente vai identificando ou nao as coisas: "ih, eu comi isso", "ih, agora peguei aquilo", "o que é esse matinho???", "hummm, esse molhinho doce é que esta uma delicia!"

A sobremesa estava mais gostosa: identificamos o barquinho de chocolate, claro, mas nao a lichia que estava dentro dele; Marjorie achou que era framboesa, eu achei que era morango, e tinha os dois; nunca imaginaria aquele tomate-cereja cozido no meio dos doces... Sara nos ajudou depois a identificar um a um os ingredientes da sobremesa (o "resto" ja estava mais vazio, o que perebemos pela diminuiçao do barulho, e ela podia nos dar mais atencao).

Gostamos, que ainda ficamos la batendo papo depois do jantar.

Depois, ja la fora, olhamos no cardapio o que ja tinhamos comido, tentando ai lembrar das texturas e gostos que nao tinhamos identificado.

Uma experiencia muito doida!!! Bem sucedida, e, como eles dizem, educativa!!!

Mesmo as coisas banais como uma berinjela podem nao ser evidentes quando nao as enxergamos! Temos que treinar os sentidos.

http://www.danslenoir.com/

4 commentaires:

Nat a dit…

Já reparou que quando a comida é muito boa, nós fechamos os olhos para apreciá-la?
E o beijo? beijar tem que ser de olho fechado...
A visão atrapalha o gosto, o paladar, porque abre nossos pensamentos!
Sentir e pensar não combinam...

Comer é tudo!

Marcia Lamarão a dit…

Só tenho uma palavra: SENSACIONAL!

Unknown a dit…

Você foi nesse restaurante!! Já ouvi falar muitas vezes! Que legal, devia ser uma experiência inesquecível!!
Você vai pra Londres?

Aproveite bem!
Bjos :)

Unknown a dit…

leia o ensaio sobre a cegueira. experiencias mto parecidas narradas por saramago. SHOW!