vendredi 27 juillet 2007

FIM

  • Cheguei!
    Já tem 10 dias estou aqui neste meu país, rindo porque aqui acham que 19 graus é frio!

    Estou aqui...
  • Depois de ter passado pelo menos 2 horas esperando abrir o check-in no Charles De Gaule (ansiosa, eu???), ter entrado 2 vezes na fila errada e ter conseguido sem problemas embarcar minhas 2 malas de peso internacional, em uma viagem dita "nacional" (Paris-Frankfurt, União Européia), as malas que me deram dor-de-cabeça por uns dez dias pois eu não sabia o que fazer com elas. Depois de ainda ter enviado, além das malas e depois de quase as ter esquecido, as 2 barras-de-ferro-da-tranca-de-janela-encomendadas-pela-minha-mãe, tudo direto para o Rio de Janeiro.

    Depois de ter passado 8 horas esperando em Frankfurt me revezando entre ler o Madame Bovary em francês comprado no aeroporto alemão e conversar em inglês com o paquistanês com nacionalidade americana que estava ao meu lado na chaise long do saguão.

    Depois de ter ficado 12 horas dentro de um avião, doida pro tempo passar logo, feliz quando percebi que estávamos no Brasil, desorientada ao receber o formulário-de-registro-dos-bens-comprados-no-exterior, quando descobri que a minha máquina "numerique" era considerada exportação (mico de quem vai e volta pela primeira vez pro estrangeiro)!
  • Depois de aceitar, claro, o guaraná oferecido pela aeromoça da Varig (5 meses sem guaraná, ela riu!).

  • Depois de todas as emoções _ ansiedade, alívio, tédio, um leve desespero _ cheguei em São Paulo com chuva, em Guarulhos e não no Congonhas do acidente do dia seguinte. Mais 1 hora para trocarem a tripulação e os passageiros da ponte aérea entrarem. Saímos de São Paulo com chuva, que medo.

    No meio do caminho a paisagem mudando, ou melhor, aparecendo, o céu azulzinho com as nuvens branquinhas iguais às da marca low cost vueling.com, o domínio de mares de morros (aula de geografia, 1o ou 2o ano) lá em baixo, a Serra da Mantiqueira (aula de geografia, 5a série), tudo tão diferente daqueles campos de todos os verdes da França e da Alemanha.

    Depois disso tudo eu pensei, olhando a asa do avião e o céu e as nuvens: "Cristo Redentor, braços abertos sobre a Guanabara, estou morrendo de saudades..." e logo depois nossa responsável a bordo nos deu boasvindas ao Rio de Janeiro.

    Depois eu ainda esperei minha mala que não chegou, e a moç-das-malas-que-não-chegam disse que nunca viu alguém tão tranqüila ao saber que as malas só viriam no dia seguinte. Eu tava em casa, isso é que importava!

    Lá fora, papai e mamãe, e Elisa e Manhães que iam, dentro de algumas horas, pras Oropa. Ah, que alívio chegar em casa e estar com eles!

    Fern não pôde ir ao aeroporto, tem esse Pan aí que ocupa ele de cedo até tarde. Mas foi depois do boulot. No dia seguinte, acordamos no quase no mesmo horário: ele às cinco e meia para trabalhar às sete, eu às cinco pois para mim já eram dez.

    Depois disso tudo já vi um monte de gente, visitei as casas novas do povo, falei com outros que não vi ainda, passei uns dias só tomando guaraná para então voltar à minha resolução de só-suco (o que mais me fez falta mesmo na França, na vida prática e sem contar as pessoas e o calor, foram os sucos...), vi as meninas e os meninos da ginástica graças a um convite de Marla uns 20 minutos antes da hora de sair de casa, vim para Macaé, andei na beira da praia sem casaco, comi muita carne, escolhi 271 fotos para imprimir e sei que ainda devo estar na metade, e estou organizando a rentrée.

    Este blog ficará talvez capenga, não deu conta de tudo o que vi e de todas as impressões, não deu tempo de escrever quando fui com mamãe conhecer as belezas e, como disseram lá na APEB, ser "maltratada em outras línguas que não o francês" em nossas viagens para Sevilha, Barcelona, Roma, Florença e Veneza. Não deu para escrever muito sobre a surpresa agradável de receber mon amour (brega!) por uma semana em Paris (romântico brega). Isso tudo a gente vai lembrar nas fotos, nas histórias, e não nos escritos. Registrei aqui o que deu, o que precisei ou tive tempo e saco, o que eu ia sentindo e às vezes compartilhava formulando sozinha com as palavras, e aí depois um ou outro via, lia, comentava... Capenga nada, qualquer coisa então me pergunta! :-)

    Depois disso tudo e na tranqüilidade do lar em Macaé eu só posso agradecer a meus grandes amigos na França que fizeram com que eu não me sentisse sozinha em nenhum momento _ Chantal e Guillaume, François e Béné, Julien e Pauline _ e aos meus amigos do Brasil que mantiveram o contato sempre, me fazendo participar um pouco do que acontecia aqui desse lado do Atlântico, e esses eu nem nomeio que são muitos.

    Ainda tive o prazer imenso de reencontrar e conhecer brasileiros ou não que foram "companheiros de aventuras": viagens como a Bretanha 1 e 2, a Côte d'Azur depois de um bate-papo no canal d'Amélie Poulain, London com a melhor acolhida do mundo, Alhambra e Granada; Montmartre a nossos pés e "não adianta, não vou provar nem tartare nem scargot"; neve, esqui e restô no Odeon; Parc Asterix; Marais; Tour Eiffel 1, 2 e 3; Bateau Mouche àquela altura do campeonato etc. etc.

    Tudo isso foram os últimos 5 meses, aliás hoje faz exatamente 5 meses que saí do Galeão rumo a Paris. Deu supercerto, tudo, tudo, é quase incrível. Mas aconteceu.

    FIM

3 commentaires:

Marcio Nel Cimatti a dit…

Adorei o post!! Uma viagem e tanto hein!!

Abs!

Nat a dit…

Parabéns por ter conseguido! Vitória sua, e isso vai pro resto da vida! Beijos da prima orgulhosa :- p

Ludmila a dit…

adoro esse tipo de blog. Vou começar a ler o seu agora!! sonho em passar um tempinho fora também. Com certeza muda a percepção de vida.